Brasil não é dependente de alta das commodities

O banco norte-americano de investimentos Merrill Lynch divulgou hoje um relatório, afirmando que os impactos da possível queda nos preços das commodities na balança comercial do Brasil deve ser menor do que se imagina, em termos líquidos, e não ameaça os fundamentos macroeconômicos do País. Segundo o banco, a retração no superávit comercial brasileiro, associada à queda recente nos preços das commodities, gerou receio sobre a capacidade do País em manter o saldo positivo na balança comercial. Na avaliação do Merrill Lynch, este receio é baseado na crença de que o crescimento brasileiro foi apoiado no ciclo de alta das commodities e pode sofrer sérios impactos se este chegar ao fim – o que seria uma falsa premissa na análise do Merrill. O banco de investimentos explica que o Brasil continua com a economia "relativamente fechada", sendo que o comércio exterior não tem uma participação volumosa no PIB – Produto Interno Bruto. Numa simulação, o banco projetou os resultados da balança comercial de países latino-americanos, utilizando os preços médios das commodities de 2000 a 2004, para buscar mensurar o impacto da ciclo de alta nos preços nos saldos comerciais. No caso do Brasil, o banco afirma que o impacto é "modesto", de cerca de 1,2% o PIB, sendo "o menor entre os países da amostra". "A contração no superávit comercial deve-se principalmente ao aumento do volume importado", concluí o relatório. O banco espera, entretanto, que o superávit comercial do País continue encolhendo, mas como resultado de cenário um aquecimento da demanda doméstico, associado à desaceleração da economia mundial. Esta queda, assim como o déficit em conta corrente, não deve representar um risco macroeconômico, segundo o relatório. Em curto-prazo, entretanto, a queda no preço de commodities pode ter impactos nagativos no valor de ativos brasileiros, uma vez que, de acordo com o relatório, a participação das commodities no índice MSCI Brasil é aproximadamente de 60%.

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Atualizado em: 8 de outubro de 2018

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