Exportações: inserção de produtos agropecuários norteia o Mapa desde sua criação

A história socioeconômica do Brasil está ligada ao setor agropecuário. Desde sua criação, em 1860, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) desenvolve ações voltadas para a oferta de excedentes ao mercado externo. Hoje, o agronegócio é responsável por 37% das exportações brasileiras. Em 2007, as exportações do agronegócio geraram receita de mais de US$ 58,4 bilhões, cifra considerável comparada com a arrecadação de 35 anos atrás. Em 1973, os produtos agropecuários vendidos para o mercado externo renderam ao País US$ 4,5 bilhões. A carne bovina, que se destaca na balança comercial brasileira (25% das exportações), foi exportada pela primeira vez em 1914, durante a primeira guerra mundial. Foi um impulso para as vendas externas do produto, segundo relatório do ministro dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, Ildefonso Simões Lopes para o presidente Epitácio Pessoa: “As carnes congeladas, artigo inteiramente novo e cujo preparo e exportação só se iniciaram em 1914, já se firmaram como um dos mais relevantes elementos de riqueza nacional. Devido à conflagração universal, houve uma profunda modificação no comércio exterior do Brasil”. O século 20 foi marcado pelas exportações de cacau, algodão e café. Na década de 50, o café em grãos foi o principal item comercializado, sendo responsável por quase 80% das vendas externas. De acordo com o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, a soja foi outro produto que se destacou a partir dos anos 80. “Do binômio café e açúcar, o Brasil ampliou a oferta de produtos agrícolas com a inclusão da soja, que teve uma forte inserção no mercado internacional”, enfatizou. Exportações hoje – O resultado dessa “forte inserção” projetou o complexo soja (grão, farelo e óleo) ao primeiro lugar no ranking das exportações brasileiras. Em 2007, foi responsável pela entrada de US$ 11,381 bilhões, pela venda de 38,541 milhões de toneladas ao mercado externo. As carnes aparecem em segundo lugar, com receita de US$11,295 bilhões para 5,875 milhões de toneladas exportadas. Os produtos agropecuários brasileiros abastecem mercados de 203 países. Em 2008, a China se tornou o maior importador de produtos agropecuários brasileiros, com receita de US$ 4,6 bilhões. Liderança mundial – O Brasil mantém liderança, no mercado externo, na venda de frango in natura, café verde, álcool etílico e suco de laranja. O País também é o primeiro exportador mundial de carne bovina in natura. No ano passado comercializou 1,3 milhão de toneladas. Quando o assunto é valor, a carne australiana é a primeira do ranking mundial e o Brasil é o segundo. Em 2002, por exemplo, a arrecadação brasileira com a venda de carne bovina foi de US$ 776 milhões, contra US$ 2,3 bilhões da Austrália. Essa diferença, no entanto, vem diminuindo. Em 2007, para se ter uma idéia, a receita da Austrália com o produto foi de US$ 3,7 bilhões, enquanto o Brasil fechou o ano com US$ 3,4 bilhões. De 1997 a 2007, o agronegócio brasileiro apresentou resultados que privilegiam o desempenho do País no comércio internacional como, por exemplo, a soja em grão passou de US$ 2,2 para US$ 6 bilhões (12,6%), as vendas de frango in natura, de US$ 875 milhões saltaram para US$ 4,2 bilhões (9,5%) e a carne bovina que, do rendimento de US$196,3 milhões na última década, totalizou US$ 3,4 bilhões (9,4%) no ano passado.

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Atualizado em: 8 de outubro de 2018

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