A história dos animais envolvidos ou afetados pela tragédia do dia 11 de setembro de 2001

Completa hoje 11 anos o ataque terroristas de 11 de Setembro de 2001 ao World Trade Center, nos EUA. A cada dia 11 de Setembro o mundo inteiro relembra o episódio. O número de vítimas humanas foi estimado em 2.996 pessoas, incluindo os 19 sequestradores. Segundo a Wikipedia, o número de feridos foi de 6.291, e 411 pessoas morreram trabalhando no resgate, incluindo bombeiros, policiais e paramédicos.

No desastre centenas de cães foram utilizados nas buscas e no resgate das vítimas, porém, não se tem notícias de quantos cães, ou de outros animais que ficaram feridos ou que tenham morrido nas imediações. Vamos então relembrar as histórias de quatro cães que ficaram conhecidos por trabalhos importantes em salvamento e resgate das vítimas dos ataques, e a história de Sirius, o único cão que teve a morte divulgada pela imprensa.

Salty e Roselle eram duas cachorras da raça Labrador, que trabalhavam como cães guia e estavam com seus tutores no World Trade Center durante os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ambas guiaram os seus tutores e outras pessoas para fora das torres em chamas antes que elas desabassem. As informações são da Wikipedia.

Salty foi treinada como cão guia para deficientes visuais. Quando ocorreram os ataques de 11 de Setembro, Salty e o deficiente visual Omar Rivera estavam no 71° andar da Torre 1 do World Trade Center. Recusando-se a sair de perto do tutor, Salty o conduziu em segurança, juntamente com a supervisora de Omar.. Salty faleceu em 28 de março de 2008.

Roselle também foi treinada para ser cão guia. No dia 11 de setembro de 2001 ela estava dormindo sob a mesa de seu tutor Michael no 78° andar da Torre 1 no World Trade Center quando o ataque começou. Quando o avião se chocou com o prédio, quinze andares acima, Roselle acordou e, calmamente, guiou Michael pela escadaria abaixo, apesar da fumaça, da confusão e do barulho ao redor dela. Ela levou o tutor e mais trinta pessoas por 1463 degraus abaixo, até que saíssem da Torre. Quando haviam descido metade do caminho, passaram pelo bombeiro que passou a ajudá-los, e conta-se que Roselle parou por um momento para cumprimentá-lo. A descida levou cerca de uma hora. Após terem saído da Torre 1, a Torre 2 desabou, e detritos voaram para todos os lados. Michael disse, mais tarde: “Enquanto todos corriam em pânico, Roselle permaneceu totalmente focada em seu trabalho; pedras caíam ao nosso redor e sobre nós, mas ela ficou calma”. Quando saíram do prédio, a cachorra guiou Michael até uma estação de metrô, onde ajudou também uma mulher que havia ficado cega devido a estilhaços decorrentes da explosão.

Após os ataques, Michael mudou de carreira. De gerente de vendas de uma empresa de computadores, passou a trabalhar como Diretor de Relações Públicas da Guide Dogs. Michael e Roselle apareceram em inúmeros programas de TV, e compareceram a muitos eventos. Em 2004, Roselle foi diagnosticada com uma doença chamada “trombocitopenia”, e ficou sob controle de remédios. Em março de 2007, deixou de trabalhar como guia, pois os medicamentos começaram a afetar os seus rins. Ela continuou a morar com Michael, que passou a utilizar um novo cão guia. Roselle faleceu em janeiro de 2011.

Salty e Roselle receberam a medalha Dickin Medal , da ONG People’s Dispensary for Sick Animals , no dia 05 de março de 2002. A citação dizia: “Em homenagem pela lealdade aos seus tutores, por terem guiado-os corajosamente para um local seguro por mais de setenta andares do World Trade Center durante os ataques terroristas de 11 de Setembro”. Além deste reconhecimento, Salty e Roselle também receberam uma congratulação da Associação Guide Dogs for the Blind, com o prêmio “Partners in Courage” (Parceiros na Coragem).

Em memória de Roselle, o tutor Michael escreveu um livro chamado “Thunder Dog: The True Story of a Blind Man, His Guide Dog, and the Triumph of Trust at Ground Zero”, e o lucro obtido nas vendas foi revertido em fundos para uma ONG que atua junto a pessoas com deficiência visual. Neste mesmo ano, Roselle ganhou o título póstumo de Heróina Canina Americana do Ano de 2011 pela Humane Society dos Estados Unidos.

 Appollo, um cão da raça Pastor Alemão, juntamente com Peter trabalhou nas operações de resgate de vítimas dos ataques terroristas de 11 de Setembro. Eles chegaram ao World Trade Center quinze minutos após o incidente, sendo que Appollo foi o primeiro cão de resgate a chegar ao local do colapso. Ele quase morreu nas chamas e com a queda de escombros, mas sobreviveu e resistiu bravamente. Appollo também recebeu a medalha “Dickin Medal” com a citação “Pela coragem incansável a serviço da humanidade durante as operações de busca e resgate em Nova Iorque e Washington, no dia 11 de Setembro de 2001, e após. Fiel a palavras de ordem e não se intimidando com a tarefa, o trabalho do cão e a devoção sem medida ao dever ficam como um testemunho de amor às vítimas e aos feridos”, e o prêmio do American Kennel Club, em 2001. Foi homenageado também no evento Westminster Kennel Club Dog Show, em 2002, juntamente com outros cães de resgate da NYPD. Apollo faleceu em novembro de 2006.

Red, uma cachorra de raça Labrador, ficou famosa por ajudar na operação de salvamento que ocorreu no Pentágono. Logo após o avião 77 da American Airlines colidir, Red já estava a trabalho. Ela tinha 18 meses de idade e somente alguns anos depois foi certificada como cão de resgate. As informações são da Reuters e do The Baltimore Sun. Ela fazia buscas entre os escombros com uma energia que surpreendeu o agente que trabalhava com ela, Heather Roche. Red continuou trabalhando como cão de resgate junto a Heather, e foi “aposentada” em 2011, porém ainda participa de algumas missões, pois, segundo o tutor, ela gosta de trabalhar.

Na manhã de 11 de Setembro de 2001, a dupla responsável por detectar explosivos no World Trade Center – composto pelo Sargento David Lim e por Sirius, um cão Labrador – estava em sua base na Torre Sul quando o primeiro avião bateu na Torre Norte. David colocou Sirius no canil e correu para a Torre danificada para verificar o que havia acontecido, ainda sem saber exatamente qual tinha sido o problema. As informações são da Global Animal. Os restos mortais do corpo do cão foram descobertos no canil, sob os escombros, no dia 22 de janeiro de 2002. No funeral de Sirius, que ocorreu em Abril de 2002 no Liberty State Park, compareceram 400 pessoas, vindas de todo o país.“De certa forma, eu tive sorte; tantas pessoas não encontraram os corpos que procuravam”, disse David, acreditando que Sirius foi tratado com alguma dignidade assim como todas as vítimas que tiveram seus corpos encontrados. “Eles o trataram como o fizeram com as pessoas – com todas as honras. Eu apreciei isto.” Sirus ganhou um memorial no Canadá, com uma pintura feita pela artista Debbie Stonebraker, e vários sites na Internet foram criados em sua homenagem.

Assim como os humanos que presenciaram as tragédias como vítimas ou voluntários, certamente os cães também ficaram com sequelas físicas e emocionais, mas não se sabe ao certo quais foram.

Sobre os mais de 300 cães que trabalharam nas operações do World Trade Center e do Pentágono por semanas após os atentados, os tratadores apenas afirmam saber que “eles também deram uma parte deles mesmos”.

 A ONG PETA (Grupo pelo Tratamento Ético dos animais) divulgou em seu site no ano passado uma nota em lembrança aos animais indiretamente afetados: “todos os gatos, cães, pássaros, hamsters, peixes, e outros animais de companhia que esperaram em vão pelo retorno de seus tutores amorosos que perderam as suas vidas naquele dia”. O dia 11 de Setembro foi uma tragédia para todos os seres e, como todas as guerras, continua a afetar a humanidade até hoje. É um motivo para se lembrar da importância do respeito ao próximo, independente de espécie, raça, cor, gênero, nacionalidade, crença ou religião, e o quanto a falta desse respeito acarreta apenas em danos irrecuperáveis a todos.

 

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Atualizado em: 8 de outubro de 2018

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