O sistema de gado em semiconfinamento é uma estratégia para a criação de animais tanto a pasto quanto em confinamento que tem como objetivo a manutenção do equilíbrio de alimentos. Também conhecido como engorda, a produção consiste em promover o ganho de peso diário e o rendimento de carcaça.
Porém, para que o semiconfinamento obtenha sucesso é preciso entender sobre manejo e alimentação de bovinos, além de evitar o principal problema que todo produtor enfrenta na falta de chuvas: a perda de arroba. Ademais, é fundamental conhecer as diferenças entre os sistemas para adotá-lo da maneira correta.
Veja a seguir tudo sobre criar gado em semiconfinamento e saiba se é indicado para sua fazenda!
Diferenças entre o semiconfinamento e confinamento
O semiconfinamento consiste no fornecimento de concentrado para animais que estão em pastagens diferidas. Por sua vez, o sistema de confinamento objetiva o fornecimento total da dieta do animal no cocho, a qual pode ser formada pela combinação de volumoso e alimento concentrado.
Enquanto neste sistema, os volumosos mais comuns são: silagens de capins tropicais, silagem ou capineira de capim elefante, silagem de milho, sorgo, cana de açúcar e bagaço hidrolisado, entre outras. No semiconfinamento, os principais ingredientes dos suplementos são milho, soja e sorgo.
Seu principal objetivo é superar o maior desafio da produção pecuária brasileira: o baixo desempenho zootécnico durante o período da seca, época de menor disponibilidade e qualidade de pastagens.
Vantagens e desafios de criar gado em semiconfinamento
Sem dúvidas, a principal vantagem do semiconfinamento é o ganho de peso durante a terminação, com baixo custo de produção. Além disso, a utilização de pouca estrutura de mão-de-obra também é um bom benefício, uma vez que o manejo do gado é bastante tranquilo e simples.
Em relação a parte técnica do sistema, outras vantagens podem ainda ser apontadas, tais como:
- O alívio dos pastos na época de seca;
- A redução do tempo de terminação;
- A possibilidade de programar abates no decorrer do ano todo;
- O aumento da rentabilidade por hectare ano;
- A remoção dos animais mais pesados das pastagens.
Por outro lado, criar gado em semiconfinamento apresenta desafios em relação à manutenção da dieta nutritiva. A atenção deve ser ainda maior nas regiões que atravessam períodos de seca e baixa produtividade de forrageiras. Por isso, depois de escolhido o tipo de capim, é crucial se manter atento ao manejo das pastagens, pois elas proverão o volumoso dos animais.
Uma maneira de contornar o desafio é através do fornecimento de rações. Aliado fundamental na nutrição, as fórmulas podem ser ajustadas de acordo com as metas, realidades e necessidades.
Como adotar o sistema de semiconfinamento
As propriedades que pretendem adotar a criação de gado em semiconfinamento precisam obedecer alguns critérios em relação à estrutura. Assim, deve conter uma área de pasto que não ultrapasse a taxa de lotação e instalações para as baias com cochos e bebedouros com espaço suficiente para o rebanho.
De maneira geral, lotes de 100 animais no pasto devem ser considerados, no mínimo, 1 animal por hectare. A metragem das baias variam entre 12,5 metros quadrados a 15 metros quadrados por animal. Já os cochos precisam apresentar tamanho suficiente para que todos os bovinos se alimentem ao mesmo tempo. É recomendado que sejam instalados, preferencialmente, a uma altura de 70 cm do chão, e disporem de 40 cm lineares por animal.
Por fim, o bebedouro deve ser capaz de oferecer água com troca frequente e limpeza sempre que necessário.
Boas práticas para criar gado em semiconfinamento
Além de adotar o sistema, pecuaristas e criadores devem conhecer as boas práticas para obter o sucesso esperado. Por exemplo, é fundamental garantir a vedação da pastagem e levar ao semiconfinamento os animais que estiverem perto do ponto de abate, programando o período para 60 dias.
Mas, mais do que isso, fornecer a suplementação nutricional adequada é o ponto chave do semiconfinamento. Quer ir além e saber como formular, conhecer as práticas e os tipos de suplemento para cada sistema de produção de bovinos?
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Fontes: Boi Saúde; Senar; Tortuga; Nutrição e Saúde Animal; Rehagro Blog; UFMG.
