Placentite em éguas: diagnóstico e impactos para o manejo reprodutivo

Placentite em éguas

Não são raros os casos de abortos, natimortos ou partos prematuros em fazendas que causam grande prejuízo aos proprietários. Em 25% dos casos, o problema pode estar ligado à placentite em éguas.

A enfermidade é causada por uma inflamação na placenta e tem maior ocorrência no terço final da gestação. A placenta, além de ser um estrutura de trocas metabólicas entre o feto e a fêmea, também possui uma importante função endócrina. Portanto, é imprescindível que o órgão esteja em boas condições para levar a gestação adiante. 

Então, como perceber se o animal está sofrendo de placentite e evitar que a doença atinja o manejo reprodutivo? Separamos algumas informações fundamentais sobre este problema em éguas ao longo deste artigo. Boa leitura!

A placentite em éguas e suas principais causas

A placenta equina é do tipo epiteliocorial, o tecido uterino materno (endométrio) está em contato com o tecido fetal (córion), e difusa, as vilosidades do córion projetam-se por todo o endométrio, exceto na região do óstio uterino interno, onde se denomina estrela cervical. Para muitos pesquisadores, a região da estrela cervical é o principal alvo da placentite. 

Esta enfermidade em éguas é mais comumente causada por bactérias ou microorganismos ascendentes pela vagina, passando pela cérvix, mas é possível que ocorra a entrada no útero por via hematógena, usualmente causando placentites multifocais. 

As principais causadoras da placentite em fêmeas equinas são: Streptococcus equi subsp. zooepidemicus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e algumas espécies de Leptospira. 

Entretanto, outras causas também podem se relacionar com a doença, como por exemplo:

  • Infecções geradas por traumas na região; 
  • Irritações; 
  • Problemas crônicos em outros órgãos próximos. 

Sintomas da placentite em fêmeas equinas

Na placentite em éguas pode haver alguns sinais clínicos que servem de alerta, bem como também podem não haver nenhum. Há relatos na literatura de abortos relacionados ao problema, sem que a fêmea tivesse manifestado qualquer sintoma mais comum da infecção.

Todavia, veterinários e estudantes de veterinária que têm interesse em trabalhar com reprodução equina devem conhecer os principais possíveis sintomas. Quando está portando a infecção, a égua costuma apresentar desenvolvimento prematuro do úbere, relaxamento cervical, corrimento vaginal, mamas acentuadas e lactação precoce.

Como diagnosticar e tratar a placentite em éguas

Placentites em que ocorrem abortos no início da gestação são mais comumente causadas por disseminação via hematógena. Já na forma ascendente, quando a inflamação é caracterizada pela entrada da patologia no útero pela região da cérvix, o aborto costuma ocorrer no final da gestação. 

Para saber se o melhor tratamento será com antibióticos de amplo espectro, anti-inflamatórios ou tocolíticos, o primeiro passo é o diagnóstico correto. 

Visto que os sinais clínicos nem sempre são visíveis, os exames periódicos de diagnóstico por imagem com o auxílio do ultrassom, além dos exames clínicos de rotina, são a melhor maneira de garantir a saúde da fêmea. Com a ultrassonografia, o profissional pode verificar com exatidão a situação do feto, as condições da gestação, descobrir precocemente possíveis problemas, para assim, tratar o animal e evitar perdas na criação.

Outro exame indicado é a palpação retal, também importante aliada para diagnosticar outras patologias reprodutivas. Ambos são técnicas cada vez mais utilizadas no mercado e que requerem especialização. 

Comece já a aprender na prática essas duas técnicas com o Cursos de Ultrassonografia e Palpação Retal em Equinos e esteja apto (a) a diagnosticar qualquer tipo de enfermidade!

Fontes: KREBS, Juliana Rossato; Escola do Cavalo; FLORES, Alexandra.

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