Coleta de sêmen equino: técnicas recomendadas e dicas para armazenamento

A coleta de sêmen equino tem sido muito utilizada para preservar raças, ajudar na reprodução equina e no melhoramento genético por meio da biotecnologia de inseminação artificial. Hoje é possível encontrar diversos métodos de coleta de sêmen em equinos, e variados tipos de processamento, que vão atuar diretamente na qualidade do material colhido.  

coleta de sêmen equino

Por isso, para garantir a comercialização do sêmen, o recomendado é que a coleta seja realizada por centrais regularizadas. Somente profissionais especializados e experientes estão capacitados para escolher a melhor opção, além de assegurar o procedimento e o bem estar do animal durante o processo.

Lendo este conteúdo você vai entender para que serve a coleta de sêmen de equinos, quais são as etapas dessa técnica e sua importância. Além disso, preparamos algumas dicas especiais sobre cuidados para que o material não perca qualidade durante a manipulação. Confira!

Pra que serve a coleta de sêmen de equinos

Primeiramente, o principal objetivo da coleta de sêmen de equinos é realizar a Inseminação Artificial. Então, o sêmen após colhido pode ser utilizado fresco, diluído ou congelado. Mas, também pode ser usado para a Produção de Embriões In Vitro.

A escolha do processamento vai depender do local onde o garanhão se encontra e a disponibilidade do material.

Etapas da Coleta de Sêmen

Para realizar a coleta do sêmen é preciso tomar alguns cuidados antes, durante e depois, para evitar acidentes e garantir a qualidade do material coletado. 

Exame Físico

O exame físico, que faz parte do exame andrológico, é muito importante e deve ser realizado antes da coleta do sêmen. 

Durante o exame, o médico veterinário deve analisar a genitália externa. Os testículos precisam ser minuciosamente palpados para avaliar a posição e a consistência dentro do escroto. Além disso, é importante medir sua circunferência para garantir que não possui nenhuma anormalidade. 

Os membros posteriores e a coluna do animal também precisam ser avaliadas para verificar as reais condições do animal para a monta.

Escolher o melhor método de coleta

A coleta do sêmen equino pode ser realizada por meio de muitos métodos como modelos artesanais feitos com tubos de PVC, preservativo de látex especial, camisa-de-vênus (camisinha), combinação de fármacos indutores de ejaculação, estímulo manual do pênis, ou a manipulação do pênis com auxílio de compressas aquecidas.

Entretanto o método mais conhecido e utilizado atualmente é o da vagina artificial (VA) fechado. Os tipos de VA fechado mais utilizados no Brasil são o Hanover, um modelo alemão, e o Botucatu que é um modelo brasileiro. 

As vaginas artificiais são conhecidas pela fácil adaptação dos garanhões com o método que tem comportamento similar ao da monta natural. As VAs possuem um copo coletor para o sêmen ejaculado, com formato que evita o contato com as secreções vaginais e a parte externa do pênis. Isso é muito importante, pois ajuda a reduzir as taxas de contaminação. 

 Além disso, são de fácil manuseio para o veterinário e famosas pela sua alta resistência, flexibilidade e por proporcionar uma coleta segura e eficiente.

Higiene

Após escolher a melhor técnica, é hora de cuidar da higiene do material e do animal. O pênis do garanhão deve ser higienizado com mantas de algodão umedecidas em água morna (33º C). 

A vagina artificial ou o tubo também precisam ser devidamente desinfetados para evitar contaminação. O ideal é seguir as instruções do fabricante.

Coleta do sêmen

Para coletar o sêmen pelo método da VA é preciso utilizar uma égua como manequim, uma fêmea em estro ou fêmea ovariectomizada e estimulada hormonalmente. Esta deve estar contida para evitar acidentes. 

A equipe responsável precisa ter muito cuidado e atenção na hora da monta. Nesse momento será preciso desviar imediatamente o pênis do garanhão lateralmente e introduzi-lo na vagina artificial. O pênis só deve ser retirado após a ejaculação, enquanto o animal desce da égua.

O material recolhido precisa ser enviado em seguida para o laboratório.

Separação das frações

Após a colheita é hora de separar as frações ricas em espermatozóides das frações gelatinosas do ejaculado. O procedimento mais utilizado é a filtragem, que retém os contaminantes bacterianos e elementos estranhos presentes na parte gelatinosa.

Ela deve ser realizada imediatamente após a coleta ou até mesmo durante, fazendo uso de um filtro que pode ser acoplado ao copo coletor.

Processamento do Sêmen

Depois da coleta de sêmen equino é hora de processar o sêmen para a inseminação artificial. O produto pode ser utilizado assim que coletado (fresco) no próprio local, armazenado em baixas temperaturas para ser transportado em distâncias curtas ou ainda ser congelado para se manter conservado por mais tempo.

Cuidados com o Armazenamento

Depois de realizada a coleta do sêmen, caso não seja utilizado imediatamente é preciso cuidar para que o seu armazenamento seja feito da forma correta. Em geral, ele pode ser usado logo após a coleta ou até dias depois, de forma fresca, resfriada ou congelada.

Em todos os casos, é essencial cuidar da higiene de todos os materiais de coleta e utensílios para armazenamento. Tão importante quanto a isso é estar atento ao tempo e a temperatura ideal para cada tipo de armazenamento.  Veja só:

  • Sêmen fresco: usado in natura ou diluído desde que mantenha a temperatura de 37º C, e o tempo entre a coleta e a inseminação não deve ser maior que uma hora.
  • Sêmen refrigerado: pode ser armazenado por um período de 24 a 36 horas sendo que a temperatura deve ser entre  entre 15°C e 20°C  ou 4ºC e 5ºC, a depender da escolha do especialista. Quando refrigerado da forma correta e usado em 24 horas, mantém a taxa de prenhez semelhante à do sêmen fresco. Já após 72 horas de armazenamento a viabilidade espermática começa a diminuir.
  • Sêmen congelado: A temperatura de armazenamento é de -196ºC e pode ficar armazenado por anos sem perder a qualidade de fecundação.

Seleção de garanhões doadores

Entender como funciona a coleta e o armazenamento de sêmen é essencial para garantir uma boa inseminação artificial. No entanto, outro fator determinante é fazer uma seleção adequada do garanhão doador. Para isso é importante observar os seguintes aspectos:

  • Saúde física em geral;
  • Histórico reprodutivo
  • Fertilidade
  • Progênie
  • Descendência genética

Todas essas informações podem ser levantadas no momento da realização do exame andrológico, que deve ser repetido a 4 meses para garantir a eficiência do programa reprodutivo.

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Fontes: Portal Escola do Cavalo, Revista Acadêmica Ciência Animal, Portal Educação.

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