Manter o cuidado com a nutrição do animal deve ser uma das prioridades dentro do manejo. Afinal, saber escolher a melhor ração para gado de corte é um fatores que permitem chegar aos resultados esperados com a produção, uma vez que a alimentação é essencial para o desenvolvimento, reprodução e bem-estar do rebanho.
Por se tratar de um país tropical, o Brasil possui uma vantagem no cultivo de volumosos e grãos. Por outro lado, não adianta ter alta disponibilidade de alimento se não souber balanceá-lo na dieta do animal. Em algumas regiões do país, acontece o contrário. O problema por lá são os períodos de seca. Com a escassez de chuvas durante certos meses, a pastagem não tem condições de rebrota e pode acabar morrendo. Como consequência, alguns produtores têm prejuízo na produção.
Então, como escolher a alimentação do rebanho cumprindo as exigências nutricionais de maneira que todos os fatores que influenciam o animal sejam levados em consideração? Veja ao longo deste texto como obter o máximo potencial do gado de corte e montar uma dieta adequada.
Principais exigências nutricionais de bovinos
Verificar quais são as necessidades do animal é o primeiro ponto a ser levado em consideração na hora de escolher a ração destinada ao gado de corte. De maneira geral, os bovinos exigem água, minerais, proteínas, energias, vitaminas e alguns nutrientes como as fibras.
As melhores estratégias de alimentação para bovinos de corte são aquelas que fornecem todos os nutrientes de maneira equilibrada. O responsável pelo planejamento deve passar pelas fases de caracterização dos animais, fazer um levantamento e quantificação dos alimentos, composição dos alimentos e, finalmente, balancear a proporção de proteína e de energia na dieta.
Para gado de corte, é recomendado fazer uma combinação de volumosos, concentrados, sal mineral e muita água. São chamados alimentos volumosos aqueles com alto teor de fibra, mas baixo valor energético. Os mais utilizados no país são: pastagens, silagens de milho, sorgo ou capim e cana-de-açúcar.
Os concentrados são definidos como um tipo de suplementação com baixo teor de fibra e alto valor energético. Alguns exemplos de insumos são: farelos de girassol, trigo, arroz, mandioca, sorgo, soja crua, grãos de cereais, caroço de algodão.
A recomendação para a água costuma ser de 10 a 12 litros para cada 100 kg de peso vivo, mas essa medição pode variar de acordo com a temperatura do ambiente, consumo de alimentos etc.
Além de suprir a necessidade nutricional, deve ser levado em conta a qualidade do que é oferecido aos animais. Procurar sempre conhecer os fornecedores e se atentar às datas de validade são fazem a diferença para evitar qualquer tipo de contaminação.
Fatores que influenciam a escolha da ração
Ciente do que é indispensável ter em uma ração eficiente para gado de corte, é preciso saber que diversos fatores influenciam na formulação da dieta. Entre eles, merecem destaque:
- Raça
- Peso vivo
- Idade
- Fatores ambientais
- Fase
Antes de mais nada, é preciso que a raça esteja adaptada ao clima e às condições da fazenda para evitar perdas na sua produtividade em consequência de estresse térmico, baixa resistência à seca ou à umidade, entre outros. Portanto, os fatores ambientais também são de grande influência na escolha do alimento.
Além disso, os animais apresentam características específicas que devem ser respeitadas durante o processo de elaboração da dieta, como idade e peso. Um bezerro, por exemplo, não deve receber a mesma alimentação de um boi. Ou no caso do gado de corte criado em confinamento, o foco é o ganho e manutenção do peso vivo. Por isso, mesmo dentro da categoria é preciso separar os animais de acordo com as fases que se encontram e suas necessidades específicas.
Dessa forma, podemos resumir as fases em cria, recria e terminação. Na primeira é indicado fornecer creep feeding, que faz com que os bezerros cheguem à fase de desmama mais pesados do que se permanecessem apenas se alimentando de leite. Na segunda, deve-se fornecer suplemento proteico ou proteico energético de 0,1% ou 0,3% do peso vivo e, na última, uma suplementação proteico energética com gordura a 0,5% ou confinamento/semi confinamento, conforme o regime de chuvas da região.
A partir disso, e levando em consideração os objetivos do sistema produtivo, será possível elaborar uma estratégia nutricional que supra a necessidade do bovino.
Dica bônus: Atenção ao período de seca
Os períodos de estiagem geralmente são acompanhados por expectativas de perdas na produtividade. Uma das causas mais frequentes é a perda de peso nos animais. A principal dificuldade de se manter a engorda do gado durante a seca é a falta de pasto. Portanto, é necessário se planejar com antecedência.
Uma boa opção é comprar insumos e ingredientes que farão parte da ração antecipadamente e armazená-los em forma de silagem para melhor conservação. Podem fazer parte dessa estratégia milho, sorgo, soja e cana. Além dos grãos, o farelo de grão e a silagem também servem como alternativa.
Para além dos ingredientes suficientes, garantir uma suplementação também é importante. Durante os períodos de seca, o reforço deve ser feito no cocho do gado de corte, principalmente com sal mineral com a ureia.
Obtenha o máximo potencial com o rebanho
A alimentação é responsável por grande parte das despesas na produção de gado, uma vez que representa mais de 70% do custo total. Para que não haja prejuízos, a maneira ideal para saber escolher a melhor ração para gado de corte é aliando a prática com a teoria através da capacitação.
Investir na alimentação requer conhecimento das fases de desenvolvimento do gado – cria, recria e terminação -, da qualidade nutricional dos produtos, do processo de engorda e de como montar o planejamento da dieta.
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Fontes: Boi Saúde, Nutrinews, MF Rural, Alinutri, Nutrição e Saúde Animal, CPT Cursos Presenciais, Revista Agropecuária.
