Qual a importância de conhecer a fisiologia da mastigação de equinos?

Fisiologia da mastigação de equinos

Você sabia que o processo de mastigação de equinos interfere em todo o organismo animal? Casos de patologias na dentição afetam a nutrição, a fisiologia do sistema digestivo, o desempenho do cavalo e, até mesmo, o período reprodutivo. Por isso, é fundamental conhecer o funcionamento da mastigação, as etapas desse processo e a necessidade de manter os cuidados para o bem-estar do animal.

Neste texto, você conhecerá também as causas das alterações mais comuns na dentição e os impactos diretamente relacionados à mastigação. Continue a leitura e saiba como identificar esses problemas odontológicos. 

Fique atento à fisiologia!

Além de oferecer, diariamente, alimentos de qualidade e balanceados para os cavalos, deve-se conhecer a fisiologia da mastigação de equinos e estar atento às alterações. O primeiro momento de digestão ocorre com a mastigação, em que os alimentos serão triturados em partes menores para facilitar a deglutição e elevar a eficácia da ação das enzimas digestivas cuja função é auxiliar na absorção dos nutrientes para o organismo. Juntamente à saliva, secreção composta por água e algumas proteínas digestivas, o alimento é umedecido, facilitando sua ingestão através do esôfago até o estômago. 

É importante entender ainda que os dentes dos cavalos são compostos por três tecidos: esmalte, dentina e cemento. A estrutura da arcada é formada por duas hemi arcadas maxilares e duas mandibulares, sendo que cada uma tem três dentes incisivos, quatro pré-molares, três molares e um canino. 

De modo geral, é possível afirmar que a mastigação de equinos tem três etapas:

  • abertura
  • fechamento
  • potência

A potência é o momento no qual os alimentos são triturados a partir do atrito entre os dentes. Nesse período, a área de oclusão dos dentes da mandíbula escorrega pela extensão oclusal dos dentes da maxila com maior força. Ao passo que o alimento é mastigado, a língua impulsiona no sentido da orofaringe. 

Importância da mastigação de equinos realizada corretamente

Cabe salientar que os cuidados com a mastigação são essenciais para prevenir doenças nos dentes e no sistema digestivo. Os responsáveis pelos animais, assim como os médicos veterinários, devem ficar atentos aos sinais clínicos que evidenciam a presença de enfermidades. Entre os quais, destacam-se o aumento na quantidade de saliva, a diminuição do peso corporal, problemas com a embocadura, declínio no desempenho e complicações para mastigar.

Como diagnosticar os danos odontológicos?

Quando realizada de forma incorreta, a mastigação de equinos causa danos sérios para a saúde. Por isso, o primeiro passo que deve ser executado por profissionais é checar a baia. Isso porque é possível saber se o animal está passando por transtornos quando há feno ou ração no meio do cocho de água e alimentos triturados incompletamente.

Outros sinais clínicos são halitose, mudanças no comportamento, perda de peso, por exemplo. Há também casos de cólica equina, um grave problema que pode levar o animal à morte.

Alterações dentárias

Veja algumas patologias associadas à mastigação de equinos. 

O Dente de Lobo é uma estrutura que não tem função mastigatória. Vale salientar que é o primeiro pré-molar e sua ocorrência varia entre animais, porém exige cuidados específicos que influenciam na saúde odontológica. Se nascer em uma parte imprópria da boca, pode gerar desconforto ao mastigar e provocar machucados. 

Já o diastema é um problema causado pela irregularidade entre os dentes incisivos e molares. Com isso, podem nascer dentes entre os espaços e gerar dores. O desalinhamento dos dentes molares e pré-molares pode gerar ganchos, que podem adentrar o céu da boca. Já a cauda de andorinha é oriunda do desgaste dos dentes incisivos em animais com idades entre 7 e 13 anos. 

Além disso, as fêmeas após parirem precisam de uma alimentação específica para produção de leite. Quando existem desarranjos na mastigação, o alimento não é bem triturado, os nutrientes não serão bem absorvidos e, consequentemente, o leite será de menor qualidade. Essa desordem afeta o bem-estar da fêmea e também do potro recém-nascido. Ainda, haverá problemas no desempenho até mesmo para a monta.

Diante de tudo isso, é inegável o quanto é importante para o médico veterinário entender a fisiologia e saber identificar as alterações. Portanto, é essencial investir em conhecimento prático nesse assunto.

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Fontes: Alinutri; Unesp; Luiz Rapp.

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