Entenda as diferentes técnicas de IA em éguas

IA em éguas

Fundamental para o aprimoramento do manejo reprodutivo, a IA em éguas consiste em biotecnologias que permitem, de forma assistida, fertilizar fêmeas. Sua realização tem como foco obter potros com níveis genéticos melhores e de maior rendimento, diminuir as doenças reprodutivas entre os animais e aproveitar a potencialidade do sêmen dos garanhões.

Com o foco no melhoramento genético, historicamente, a inseminação artificial sempre objetivou alcançar sucesso na reprodução. Hoje, empregam-se diferentes métodos para atingir o êxito da fecundação até o nascimento.

Neste artigo, reunimos os benefícios para realização da inseminação artificial em éguas. Saiba também como diferenciar a IA em éguas conforme o tipo de sêmen utilizado, sua forma de armazenamento e deposição na fêmea.

Benefícios da IA em éguas

A inseminação artificial em éguas apresenta um conjunto de vantagens para os criadores. Entre elas, podemos destacar:

  • Melhoria de raças
  • Queda da incidência de problemas hereditários e doenças transmissíveis
  • Alta qualidade genética do animal 
  • Possibilidade de inseminar várias éguas com pouca quantidade de sêmen
  • Maximização do sêmen de garanhões
  • Diminuição de custos ao possibilitar múltiplas IA em éguas 
  • Redução do estresse do plantel
  • Aumento de descendentes de um garanhão

Realização da inseminação artificial em éguas

No entanto, para que a inseminação tenha bons resultados, é essencial que o condutor do procedimento seja capacitado na área e entenda as particularidades do tipo de sêmen e a forma de deposição correta. Tudo isso influencia diretamente na gestação e, consequentemente, na lucratividade. Confira como o processo é feito.

Sêmen do garanhão

Após a coleta do sêmen, há três formas de usá-lo na IA em éguas:

  • fresco
  • refrigerado
  • congelado

Fresco

Quando se utiliza o sêmen do macho após a ejaculação ou até uma hora depois, deve-se saber que o material fresco exige cuidados para não perder a motilidade dos espermatozoides e suas qualidades. Assim, o profissional poderá utilizar de forma pura ou diluída conforme a exigência de conservação, e o sêmen deve ficar na temperatura de 37 °C. Em geral, os resultados com o material são melhores. Mas é ideal que o macho esteja em um local próximo à fêmea que será inseminada. Isso porque quanto menos tempo entre a coleta e o uso, maiores são os êxitos.

Refrigerado

Cabe destacar que grandes territórios, como acontece no país, prejudicam a durabilidade do material. Somado a isso, outro problema é o alto metabolismo espermático pós-coleta. Para contornar essas adversidades na IA em éguas, muitos profissionais optam pela deposição em forma de refrigeração.

O sêmen só pode ficar refrigerado, em temperatura de 5 a 8 °C, entre 12 e 36 horas após ser coletado. Para tanto, deve-se usar o diluidor específico e sofrer diminuição da temperatura até que atinja os níveis apropriados.

Congelado

Já o material congelado exige processamento específico para a criopreservação desde o congelamento até o descongelamento. O sêmen deve ser guardado em contentor de azoto líquido para garantir sua validade de uso para anos, se for o caso, e preservado em temperatura de -196 °C. Infelizmente, há perda de motilidade no processo.

Importante frisar que o diluidor tem funções que auxiliam no processo de IA em éguas. Além de oferecer maior tempo de vida para os espermatozóides, o produto ajuda na diminuição de microorganismos patógenos e de transmissão de doenças transmitidas sexualmente entre os animais. Ademais, os diluidores permitem com que o sêmen do garanhão seja usado em maior número de inseminações. Ou seja, se for um animal com alto potencial genético ou até mesmo que já faleceu, a diluição garante o uso em várias fêmeas.

Deposição do sêmen

A inseminação tradicional em éguas necessita depositar 400×106 espermatozóides no útero. A concepção média é de 60% e precisa cobrir 1,88 para conseguir uma gestação. Já a inseminação artificial em éguas, aumenta a concepção usando 300×106 espermatozóides provenientes do sêmen fresco. Se for material congelado, indica-se depositar entre 300 a 500×106 de espermatozóides com motilidade. A concepção é de 30 a 70%.

A técnica de IA histeroscópica em cavalos vem mostrando resultados satisfatórios de 60% de prenhez. Para tanto, usa-se sêmen fresco. Em garanhões com problemas reprodutivos de fertilidade e baixa motilidade dos espermatozóides, em éguas mais velhas e com problemas de transporte do espermatozóide ao útero ou uso de sêmen congelado, é uma opção para IA em éguas.

A inseminação feita no oviduto tem bons resultados com sêmen fresco no processo de fertilização dos ovócitos na transferência para ovidutos. Se for usar sêmen refrigerado, a taxa de prenhez aumenta em comparação entre a inseminação intrauterina e a inseminação direta no oviduto. 

Outra forma é a inseminação artificial em éguas na junção útero-tubárica. Consiste em uma técnica com eficácia e diminuição da quantidade de espermatozóides utilizados para a IA.

A reprodução equina é uma área em crescimento no Brasil por proporcionar melhorias genéticas no plantel. Com a IA em éguas, você pode aumentar a lucratividade de sua clínica e das propriedades de seus clientes. Para dominar esta área e obter resultados acima da média, capacite-se com os Cursos de Coleta de Sêmen e Inseminação Equina. As aulas práticas ensinam como conduzir os processos biotécnicos de forma que os resultados sejam elevados.

Fontes: Unesp; Unicruz, UTL.

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