O que é a Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) em equinos e quais avanços ela representa na reprodução

ICSI em equinos

O mercado brasileiro da equinocultura tem se destacado devido à produção de animais de alto valor genético. As  técnicas de reprodução assistida nessa indústria estão em constante desenvolvimento e, mais recentemente, a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) em equinos passaram a interessar médicos veterinários e criadores de equinos devido ao baixo preço em relação ao valor econômico dos animais. 

A biotecnologia, que vem da sigla em inglês Intracytoplasmic Sperm Injection, é utilizada praticamente da mesma forma que uma reprodução assistida na medicina humana. Bem como conosco, o uso desse método em equinos requer amplo conhecimento. Todavia, optar por ele traz diversos benefícios ao animal e aos resultados esperados.

É médico veterinário e se interessa por esse tema? Confira neste artigo mais sobre a ICSI e saiba onde essa nova tecnologia pode fazer a diferença. 

O que é a Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)

A ICSI é uma biotécnica que produz embriões in vitro a partir de uma injeção de um único espermatozóide no interior do citoplasma do oócito maturado in vitro após sua recuperação na égua doadora. O método geralmente é realizado por Aspiração Folicular Transvaginal Guiado por Ultrassom ou coleta com aspiração folicular post mortem.

Diferentemente do que muitos médicos veterinários acreditam, a ICSI não tem como objetivo substituir as técnicas convencionais e sim, atuar como uma ferramenta a mais para ajudar a resolver problemas de animais que não respondem a técnicas convencionais. 

Além disso, ela também apresenta vantagens como a utilização de apenas um espermatozóide viável, enquanto na inseminação artificial convencional são um mínimo de 150 milhões. Nesta técnica, os oócitos são obtidos, maturados, desnudos, e em seguida aqueles com o primeiro corpúsculo polar aparente são utilizados.

Sendo assim, a ICSI apresenta como principal inovação a possibilidade de produção de gestações utilizando um sêmen de baixa qualidade, ou raro, ou ainda de alto custo, como é o caso de sêmen congelado comercializado por palheta. 

Como funciona a ICSI?

A utilização do método acontece em quatro etapas. Primeiramente é realizada a aspiração folicular das éguas, com o objetivo de recuperar os óvulos. Por ser classificada como um método pouco invasivo, este tipo de aspiração por ultrassom não afeta sua fertilidade e pode ser feito diversas vezes na mesma égua, com período de 15 dias entre os procedimentos. 

Em seguida, é realizado o processo de maturação in vitro, ou seja, o preparo do óvulo até o ponto de fertilização. Na terceira etapa da ICSI, os óvulos maduros recebem uma injeção de um único espermatozóide, dando a eles o potencial de se transformarem em embriões. A transformação normalmente ocorre em até 8 dias. 

Por fim, na última etapa do método, a porcentagem final de embriões produzidos é de 20%. É importante saber que os espermatozoides usados para a injeção intracitoplasmática de espermatozoides podem ser frescos ou congelados-descongelados. Não são observadas diferenças significativas no desenvolvimento embrionário entre esses tipos de sêmen.

Principais situações em que a biotécnica faz diferença

Como vimos, a ICSI é bastante positiva em relação ao custo e à quantidade de espermatozóide viável. Porém, a biotécnica também faz diferença em situações em que garanhões são subférteis, apresentam degeneração testicular devido à idade ou aqueles que vieram a óbito e têm amostras limitadas de sêmen congelado. Assim, a genética de um garanhão importante poderá ser utilizada e ser perpetuada para as próximas gerações.

Já na fêmea, a injeção intracitoplasmática de espermatozoides possibilita a produção de embriões de éguas, que não respondem mais à técnica convencional de transferência de embriões por diversos problemas reprodutivos. 

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Fontes: CRUZ, Tairini Erica; Rural Pecuária, Revista Veterinária,ATP Veterinária, EBC.

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