Palpação retal em éguas: entenda como esta técnica faz a diferença no manejo reprodutivo

palpação retal em éguas

A palpação retal em éguas é um dos principais, e mais básicos, procedimentos para quem quer trabalhar na área de reprodução. Ele serve de base para a aplicação de diversas biotécnicas e essencial para quem deseja obter melhores resultados no manejo reprodutivo. 

Dominar essa técnica é essencial para quem deseja adentrar na área de criação de equinos, que é extremamente rentável e depende de profissionais qualificados. Somente em 2018, o setor movimentou mais de 16 bilhões de reais, com a expectativa de continuar crescendo. Além disso, criadores de cavalos normalmente estão dispostos a investir nas melhores tecnologias para a obtenção de animais geneticamente superiores. Ou seja, é uma grande oportunidade. 

Você já sabe fazer uma palpação retal em éguas com segurança e precisão? Continue a leitura e conheça mais detalhes! 

Como é a palpação retal em equinos? 

O exame de palpação retal em éguas consiste na introdução do braço o médico veterinário na ampola retal do animal. Tem como objetivo, literalmente, apalpar os órgãos que fazem parte do trato reprodutivo da fêmea equina.  Normalmente, o caminho realizado é: identificar o útero, que se encontra em posição transversal, seguir para os ovários, cornos uterinos, tubas uterinas, cervix. 

Mas, a palpação retal em éguas também pode auxiliar na avaliação de parte do intestino, rins, bexiga e outras estruturas próximas quando há necessidade.

Este é um exame delicado, uma vez que a mão do profissional estará em contato com a parte interna do animal, o que pode gerar lesões na mucosa retal, desconforto  es estresse no animal. 

Cuidados na hora do exame

Devido ao risco de lesão, é preciso que o profissional tenha conhecimento amplo sobre a anatomia interna do animal. Dessa forma, poderá garantir mais precisão no diagnóstico. Além disso, durante a realização do procedimento, os equinos podem se assustar, apresentar certo incômodo e responder com agitação aos estímulos dolorosos, e assim acabar se machucando ou veterinário que está realizando a palpação. a sedação só deve ser usada em casos muito específicos.

Para evitar os acidentes, é recomendado que os animais sejam colocados nos troncos de contenção. Caso apresente muita agressividade podem ser sedados. Características desejáveis para as instalações de contenção são:

  • Troncos fortes e resistentes, de preferência desmontáveis;
  • Não deve conter pregos ou pontas que podem cortar os animais;
  • As estruturas devem ter bordas arredondadas;
  • O piso deve ser áspero e não escorregadio mesmo quando molhado;
  • Possuir altura média, pois as éguas não gostam de ter a visão impedida;
  • O ideal é que os troncos não sejam virados para paredes pelo mesmo motivo anterior.

Além disso, é preciso tomar outros cuidados como esvaziar completamente a ampola retal, pois a presença de fezes pode causar lesões na mucosa. Essa estrutura precisa apresentar  maleabilidade  para levar as mãos nos órgãos que precisam ser avaliados. 

Além disso, é preciso usar luvas e gel lubrificante a base de água, não se deve não deve fazer força, mesmo que ao animal apresente movimento peristáltico intestinal. E ainda, não segurar com força as estruturas, apenas passar a mão sobre cada órgão. É importante ressaltar que não é comum apresentar sangramentos. 

Para que serve a palpação transretal?

A principal aplicação da palpação retal em éguas é na avaliação reprodutiva de fêmeas e no exame ginecológico. Já o diagnóstico gestacional por palpação é muito importante no dia a dia dos atendimentos veterinários.

De modo geral, pode-se dizer que este é um exame frequente, às vezes até diária na rotina de quem trabalha com equinos. Ele é ideal para monitorar o ciclo reprodutivo da égua, observar o controle do crescimento da onda folicular com isso acompanhar o ciclo estral das éguas. Esse controle folicular é fundamental na reprodução equina

A palpação transretal também é tanto utilizada em atendimentos clínicos, quanto na avaliação do trato genital do animal. Com essa técnica é possível verificar ainda as condições de saúde interna do animal e também, identificar a gestação 45 dias após a fecundação.

Como a ultrassonografia veterinária atua como aliada? 

O exame de palpação retal em éguas é imprescindível para o acompanhamento do ciclo estral das éguas. No entanto, para obter resultados ainda mais precisos, esse exame deve ser combinado com a ultrassonografia. 

Desse modo, ao aliar a palpação transretal ao com o exame de  imagem, o profissional têm a disposição um método seguro e eficiente de detecção de prenhez de forma precoce em éguas.

Além disso, é capaz de de informar precocemente ao médico veterinário sobre possíveis situações de perda na gestação, problemas relacionados a infertilidade, patologias, e outras informações que dizem respeito ao desenvolvimento do feto.

Com o doppler é possível observar de forma precisa o crescimento da onda folicular e identificar o melhor momento para a inseminação ou monta. Além disso, esse método permite o diagnóstico de gestação ainda mais precoce, por volta dos 19 dias. 

Os médicos veterinários que possuem domínio da execução de ambas técnicas estão mais aptos a garantir previsões corretas e precisas quanto à gestação. Dessa forma, reduzir  os problemas na produção, alcançando melhores resultados.

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