Propriedade em São Paulo garante o bem-estar de ovinos

O bem-estar animal tem uma série de procedimentos que são específicos de cada raça. Em outubro, o Globo Rural mostrou uma série sobre o assunto, com exemplos de gado e aves. Há uma propriedade em São Paulo que aplica cuidados especiais na criação de ovelhas. A fazenda Campo Verde justifica o nome. Dos 600 hectares de terra, trezentos estão ocupados com matas. As instalações, muito bem cuidadas, e os pastos, divididos em piquetes destinados à criação de ovinos, ocupam o restante da propriedade. São duas mil cabeças, com a finalidade da seleção genética, e a formação de matrizes e reprodutores de duas raças: dorper e white dorper. Na baia-maternidade ficam os filhotes até os dez dias de vida. Tudo no lugar foi preparado para o bem-estar animal. O chão é protegido para evitar a umidade.

Depois de dez dias de vida, os borregos e as mães mudam de ambiente. Mas a preocupação com o bem-estar continua. Nos barracões, os cochos foram projetados de uma forma que a comida pode ser servida pelo lado de fora. “Facilita no trato dos animais. Antigamente, quando o cocho era pra dentro, demorava quase um dia inteiro para tratar todos os animais”, conta o veterinário Manoel Cunha. Com dois meses de vida, os cordeiros são transferidos para piquetes. São dez em cada módulo. As divisões têm mil metros quadrados. Todos os piquetes, usados num sistema de rotação de pastagem, têm acesso a um galpão onde os cordeiros podem se proteger do sol e da chuva e tem ainda água e suplementação alimentar. O curral foi baseado nas instalações idealizadas pela doutora Temple Grandin, uma psicóloga americana especializada em instalações de currais para bois. No Brasil, o curral com os corredores redondos é uma novidade da criação de ovinos. “É realmente um bem-estar porque não é preciso machucar e eles não machucam”, afirma o administrador da fazenda, Lucas Heymeyer. Até na hora de transportar os animais, o pessoal da fazenda pensou em bem-estar. As novilhas que vão participar de exposições são levadas em gaiolas climatizadas que ficam num enorme ônibus, com capacidade para levar 40 cabeças de uma só vez. Como a filosofia na propriedade não é apenas cuidar do bem-estar dos animais, os funcionários trabalham dentro das normas de segurança, com luvas, protetores auriculares e outros equipamentos. Todos têm plano de saúde. O veterinário Thiago Combe, recém-formado, fala dos benefícios que tem. “Tem uniforme, almoço e hospedagem”, contou. Outra iniciativa é capacitar as mulheres e funcionários que não trabalham na fazenda. Na colônia, foi criada uma organização comunitária que oferece cursos de capacitação em cama, mesa e banho, e uma loja para a venda da produção. Os reprodutores para produção de carne são vendidos por cerca de R$ 3,5 mil. As matrizes valem de R$ 10 mil a R$ 12 mil.

Fonte: Globo Rural (acessado em 05/01/10)

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Atualizado em: 8 de outubro de 2018

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