Como deve ser feito o cálculo do turno de rega na irrigação?

turno de rega

É inegável que uma parte de extrema importância para qualquer plantação é o manejo de irrigação adequado. Contudo, além de determinar a quantidade ideal de água e o momento de se realizar atividade, calcular o turno de rega também é uma prática indispensável para se atingir os objetivos impostos e garantir os bons resultados esperados. 

Dessa forma, estar atento ao manejo correto de irrigação e dominar suas principais técnicas é indispensável aos agricultores que almejam alcançar bons resultados em suas plantações, garantindo que recebam quantidades adequadas de água a partir da avaliação de suas características e de cálculos específicos.  

Se interessou? Continue a leitura a seguir e saiba mais sobre o assunto! 

O que é o turno de rega? 

O turno de rega é uma técnica agrícola que tem como princípio determinar o tempo (em dias) em que o solo possui água reservada suficiente para atender às necessidades de sua lavoura. Dessa forma, essa prática permite calcular a quantidade de água que deve ser aplicada, bem como a frequência dessa tarefa, estipulando o intervalo entre as regas. 

Assim, a partir da análise desses dados, pode-se impedir que as plantações recebam volumes inadequados de água, garantindo o bom desenvolvimento das culturas. 

O turno de rega pode ser definido a partir da divisão entre a porção da lâmina d’água disponível no solo e a lâmina d’água que é absorvida pelas plantas. Além disso, bem como a irrigação, a determinação do turno de rega depende de algumas variáveis, tais como as especificidades de cada plantação, o tipo de solo onde estão plantadas, o sistema de irrigação escolhido e o clima. A partir da análise desses fatores, é possível calcular a quantidade de água necessária para o manejo ideal.  

Leia mais sobre os fatores que influenciam no turno de rega das plantações! 

Análise do solo

Examinar as características específicas de cada solo é uma etapa fundamental para garantir a efetividade da irrigação e do turno de rega. Assim, alguns aspectos devem ser considerados no planejamento dessas práticas. 

Uma característica de grande relevância é a profundidade das raízes no solo. Esse perfil é traçado a partir da detecção da porção de terra onde é encontrada a maior parte das raízes das plantas (em torno de 80% de sua totalidade). A pimenta-do-reino, por exemplo, possui raízes de 0,3 cm a 0,4 cm. Já o café, apresenta uma profundidade de 0,6 cm a 0,9 cm. 

Além disso, também é importante analisar a retenção hídrica do solo. Obter os dados sobre essa capacidade de armazenamento revela informações importantes sobre a sua textura e composição. As porções de terra com predominância de areia, geralmente, apresentam um menor grau de retenção de água, quando em comparação com solos argilosos. 

Em relação aos solos arenosos, por exemplo, independentemente de outros fatores, estes permitem um turno de rega de, no máximo, três dias, devido às suas características particulares.  

Análise da cultura

Diferentes plantações possuem diferentes demandas e particularidades que devem ser estudadas a fim de se determinar as técnicas e manejo mais adequadas para cada situação. Assim, deve-se conhecer as exigências específicas de cada cultura. 

Um aspecto importante a ser considerado é o tamanho das raízes das plantas. Também, é preciso avaliar as características dessa estrutura, tais como seu crescimento, profundidade e disposição no solo. 

Além disso, é necessário também analisar o comportamento das diferentes plantações em estações com pouca chuva ou que possua grande demanda evapotranspirométrica.  

Análise do clima

Conhecer os aspectos climáticos do local de sua plantação é fundamental para que o turno de rega e o manejo hídrico sejam efetivamente aplicados. 

Dessa forma, a análise de fatores como a evapotranspiração, a época do período chuvoso e o tipo de clima da região são imprescindíveis para determinar corretamente o turno de rega e garantir os bons resultados com sua plantação. 

Análise do tipo de irrigação 

A escolha do sistema de irrigação está diretamente relacionada à determinação do turno de rega de cada plantação. Dessa forma, além do clima, do solo e do tipo de cultura, o método utilizado para irrigar as lavouras também deve ser considerado quando se determina a frequência das regas. 

Caso a propriedade seja irrigada por meio de um pivô central ou por aspersão convencional fixa ou localizada, o turno de rega será, geralmente, de um a quatro dias. Contudo, se o método escolhido for aspersão móvel, por superfície ou por um sistema autopropelido, o turno de rega terá uma duração de, no mínimo, 6 dias. 

Dessa forma, avaliando as condições de irrigação, impede-se que as plantações recebam um volume de água excessivo ou insuficiente para suprir suas necessidades. 

Como calcular

Existem algumas fórmulas que auxiliam na determinação do turno de rega ideal para cada plantação. Todavia, mesmo com esses cálculos, deve-se considerar as variáveis previamente citadas. 

Uma das fórmulas utilizadas é a que permite o cálculo da quantidade de água disponível no solo. Assim, esse valor é obtido por meio da diferença entre a capacidade de campo e o ponto de murchamento. Em seguida, a porcentagem desse valor é multiplicada pela densidade do solo. Também, outra forma de se chegar a esse resultado é pela divisão entre a irrigação necessária e a evaporação da cultura. 

Além disso, o valor (em dias) do turno de rega pode ser obtido com a divisão da capacidade real de água no solo pela evapotranspiração potencial da cultura. Quando essa técnica é empregada em conjunto com irrigação suplementar, esse valor pode ser calculado a partir da divisão da capacidade real de água pela diferença entre a evapotranspiração potencial e a precipitação provável efetiva.

É indiscutível que a determinação do turno de rega de cada plantação envolve diversos fatores e exige preparo do profissional que desempenha essa atividade. Além disso, é necessário que os agricultores, técnicos e estudantes desse campo estejam atentos e capacitados para reconhecer as particularidades de cada cultura, determinando, assim, o turno de rega ideal a partir da análise de suas características.

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Fontes: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Amazônia Irrigação, Passei Direto, Irrigat, CPT Cursos Presenciais

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