Tétano em cavalos: por que o tratamento correto é fundamental?

tétano em cavalos

O tétano em cavalos é um problema comum na rotina do campo. De modo geral, trata-se de uma doença tóxica infecciosa que acomete os animais domésticos e o homem por ação das toxinas produzidas pelo microrganismo Clostridium tetani, encontrado frequentemente no ambiente.

É importante destacar que entre as espécies animais
domésticos, há uma grande ocorrência de tétano em equinos,
principalmente em países em desenvolvimento e locais onde a vacinação não é um hábito. Isso faz com que a taxa de mortalidade por essa doença seja em média de 50 a 80% nos animais acometidos.

Basicamente, os surtos estão ligados a higiene precária de instalações e utensílios do manejo dos animais e, para a manifestação clínica do
tétano é necessário ferimento ou solução de continuidade que possibilite a introdução da bactéria.

Por ocasionar parada respiratória, convulsão e outras complicações é considerado uma das doenças mais letais em equinos. Além disso, o tétano ainda causa uma série de prejuízos para os criadores, tanto com o custo do tratamento, quanto pela  perda genética dos animais acometidos.

Para entender mais sobre causas, tratamento e prevenção, continue a leitura deste artigo! Ao final, temos dica especial para que você saiba como agir em caso de ferimento do animal. Confira!

Como acontece a transmissão do tétano em cavalos?

A principal via de contaminação se dá por meio de ferimentos na pele do animal. Por exemplo, lesões acidentais, causadas por ferrageamento, procedimentos cirúrgicos, como castrações, contribuem para infecção do animal.

As feridas perfurantes têm maior facilidade de contaminação e desenvolvimento do agente, por promoverem maior anaerobiose. Ainda mais, quanto mais próxima a ferida do sistema nervoso do animal os sinais clínicos serão mais agressivos.

É importante lembrar que os potros também estão sujeitos a doença e sua infecção pode ser umbilical. Na qual, o esporo germina e a bactéria se multiplica liberando as toxinas:

  • Tetanolisina: uma hemolisina que promove a evolução da infecção, aumentando a área necrótica. Por consequência, acaba favorece a condição anaeróbica ideal para proliferação da bactéria.
  • Tetanospasmina: responsável pelo desencadeamento da sintomatologia nervosa. Sem dúvida, quando espalhada por todo o corpo e sistema nervoso central, favorece a proliferação da bactéria.

A incubação da doença ocorre no período de 7 a 14 dias podendo chegar até a 1 mês. Então, é preciso ficar atento aos primeiros sinais do tétano em cavalos. Quer saber quais? Confira no próximo tópico!

Principais sinais da enfermidade

Após o período de incubação, o cavalo começa a apresentar alguns sinais clínicos comum. Entre eles podemos destacar:

  • falta de ar;
  • rigidez muscular;
  • intensa sudorese;
  • mastigação fraca e difícil;
  • protrusão da 3ª pálpebra;
  • contração dos músculos da face;
  • orelhas eretas e cruzadas (orelhas em tesoura);
  • espasmos generalizados e tremores musculares;
  • movimentos cada vez mais lentos até a imobilização total;
  • pescoço estendido para frente e a cabeça mais ou menos fixa;
  • locomoção hesitante (andar envarado, duro, quase sem flexionar as articulações).

Depois dos primeiros sinais a morte do animal pode ocorrer entre 5 e 15 dias, já nos de evolução mais lenta em torno de 20 dias. Visto que, o animal é encontrado sem vida em decúbito lateral e opistótono.

Quando o tétano em cavalos é adquirido?

Geralmente, o cavalo é acometido quando:

  • as fêmeas sofrem ferimentos nos partos;
  • se machuca ou se esfola diretamente na terra;
  • o lugar das operações não é limpo e desinfetado;
  • se ferimento for realizado por arame farpado, pregos ou latas;
  • em castrações, cortes de caudas, tosquias ou outras operações feitas com instrumentos que não são devidamente desinfetados.

Tratamento recomendado

O tratamento do tétano em equinos deve se basear na eliminação da infecção. Para isso, o recomendado é fazer o uso de antibióticos e relaxantes musculares. Além disso, deve-se prezar pela manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e nutricional, tratamento do foco da infecção e anulação da toxina residual.

Por outro lado, a eliminação das toxinas ainda é um assunto controverso, especialmente com relação à dosagem e a via de administração da antitoxina tetânica (TAT). O que demanda prescrição de um profissional especializado na área.

De maneira geral, o curso clínico e o prognóstico dependem do estado imunológico do animal e da vacinação prévia, da dose de inoculação da toxina e da duração e disponibilidade de tratamento.

Como prevenir o tétano em cavalos?

A prevenção está associada principalmente à vacinação anual. Mas, também está relacionada a outros fatores como:

  • evitar o contato das feridas profundas com terra ou qualquer sujeira;
  • cuidar da assepsia do instrumento cirúrgico;
  • desinfetar, tão cedo quanto possível, feridas recentes do animal;
  • eliminar das baias objetos pontiagudos que possam causar ferimentos acidentais.

Se você quiser mais informações sobre como devem ser uma baia ideal, confira este artigo: Baia para Cavalo: Conheça os tipos e tamanhos

Portanto, evitar que o tétano apareça é o caminho mais acertado. Isto é, para isso a principal medida é sempre manter a vacinação do cavalo em dia. Aplicando as medidas em cada caso, as chances do tétano aparecer são muito reduzidas, o que significa melhores rebanhos e maiores lucros para o criador.
Se você quer estar preparado para socorrer o cavalo em caso de doenças como esta e quer garantir maior segurança ao animal, vale a pena conferir essa dica:

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Fonte: FAEF; Rural Pecuária

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